25/08/2010

Seattle - a cidade que quase não vê o sol

A decisão de ir a Seattle foi tomada um pouco em cima da hora e baseou-se em diversas referências que todos nós temos acerca da cidade, nomeadamente o facto de ser um pólo de aparecimento de grandes bandas como Nirvana, Pearl Jam ou Alice in Chains. Sendo eu uma amante da música, este já era um argumento mais que válido para lá ir, de qualquer modo a cidade maravilhou-me com o seu encanto natural.
Perto da fronteira com o Canáda, Seattle é fria, ventosa, chuvosa, depressiva, mas por alguma razão tem um encanto especial que até aqui nenhuma outra cidade americana teve.

Devido a uma confusão no booking do alojamento fiquei em Bellevue, que fica do outro lado do lago, sensivelmente a 20 minutos de autocarro do centro de Seatlle. Esta foi uma coincidência feliz porque efectivamente tive a oportunidade de vislumbrar uma das mais belas paisagens da cidade e que aqui partilho convosco. As casas com o seu próprio cais, a entrar pelo lago dentro, com uma atmosfera pacífica, propícia à leitura e a um estilo de vida introspectivo são sem dúvida uma lufada de ar fresco depois de visitar uma cidade apoteótica como Los Angeles.
Após cruzar o lago, e entrando na Chinatown International District, o ideal é apanhar o free bus 99 para o centro da cidade. Indo junto à costa, vemos dezenas de estrutras construídas em cima da água à qual chamam pier. Ver o pôr do sol a partir daqui é uma tentação para captar fotografias. A parte antiga da cidade, afastada da Downtown onde estão todos os museus e as atrações turísticas, é a mais bonita. Aí encontramos edíficios com uma arquitectura antiga, restaurantes típicos, pequenos bares, mas sobretudo a população local e os seus hábitos diários. É também aqui que encontram o Seattle Art Museum onde está agora patente a exposição do Kurt Cobain. Foi neste cenário mais underground onde esbarramos em desalojados e assistimos a pequenos concertos de jovens músicos que captei a essência da cidade.

E é fácil perceber porque resultaram daqui tantas bandas internacionalmente conhecidas como pertencentes ao movimento grunge. A cidade é depressiva o ano todo por causa do clima como tal a vida noctura é bem aproveitada e existem salas de concertos interessantes com público fidelizado que pode fazer a diferença. Destaco o 3rd Door e o Seven Studio para visitarem e beberem um pouco da vida social local.
Na Downtown estão as principais atracções como o Space Needle, o Experience Music Project, onde podem experimentar instrumentos, simular a gravação de um CD ou concerto e conhecer um pouco da cultura musical da cidade, e a International Fountain que é linda. Tem um enorme relvado à volta onde podem parar para lanchar e desfrutar de um bocadinho de sol.


Mas o meu post sobre Seattle não pode terminar sem referir o The Hemp Fest. Conhecido mundialmente por ser o maior festival a favor da legalização da marijuana, acontece anualmente no Elliot Park durante dois dias, gratuitamente, e junta milhares de pessoas. Aqui encontramos visitantes de todo o lado, uns vão apenas pela curiosidade, outros vão atrás de ideias, e outros vão apenas relaxar um pouco. Eu fiz um bocadinho dos três e ainda tive a vantagem de conhecer um casal de americanos, que vive numa autocaravana, e que me chamou a atenção por estar a fazer percussão. Claro está meti conversa e ao fim de uma hora a falarmos, fui convencida a ir a Santa Cruz, perto de San Francisco. Tive ainda o prazer de ir ao lar deste casal super simpático e naturalmente partilhar um joint com eles em homenagem ao Hemp Fest que nos proporcionou este conhecimento.

2 comentários:

  1. Oi Carina, grande aventura, hem?
    Vou seguir de perto as tuas viagens e espero que te divirtas como nunca!!!

    Ricardo (Flirt)

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  2. Olá Ricardo :)

    Podes ter a certeza que me estou a divertir, viajar é simplesmente fantástico. Mantém-te por ai, uma beijoca grande

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