Perto da fronteira com o Canáda, Seattle é fria, ventosa, chuvosa, depressiva, mas por alguma razão tem um encanto especial que até aqui nenhuma outra cidade americana teve.
Devido a uma confusão no booking do alojamento fiquei em Bellevue, que fica do outro lado do lago, sensivelmente a 20 minutos de autocarro do centro de Seatlle. Esta foi uma coincidência feliz porque efectivamente tive a oportunidade de vislumbrar uma das mais belas paisagens da cidade e que aqui partilho convosco. As casas com o seu próprio cais, a entrar pelo lago dentro, com uma atmosfera pacífica, propícia à leitura e a um estilo de vida introspectivo são sem dúvida uma lufada de ar fresco depois de visitar uma cidade apoteótica como Los Angeles.
Após cruzar o lago, e entrando na Chinatown International District, o ideal é apanhar o free bus 99 para o centro da cidade. Indo junto à costa, vemos dezenas de estrutras construídas em cima da água à qual chamam pier. Ver o pôr do sol a partir daqui é uma tentação para captar fotografias. A parte antiga da cidade, afastada da Downtown onde estão todos os museus e as atrações turísticas, é a mais bonita. Aí encontramos edíficios com uma arquitectura antiga, restaurantes típicos, pequenos bares, mas sobretudo a população local e os seus hábitos diários. É também aqui que encontram o Seattle Art Museum onde está agora patente a exposição do Kurt Cobain. Foi neste cenário mais underground onde esbarramos em desalojados e assistimos a pequenos concertos de jovens músicos que captei a essência da cidade.
E é fácil perceber porque resultaram daqui tantas bandas internacionalmente conhecidas como pertencentes ao movimento grunge. A cidade é depressiva o ano todo por causa do clima como tal a vida noctura é bem aproveitada e existem salas de concertos interessantes com público fidelizado que pode fazer a diferença. Destaco o 3rd Door e o Seven Studio para visitarem e beberem um pouco da vida social local.
Na Downtown estão as principais atracções como o Space Needle, o Experience Music Project, onde podem experimentar instrumentos, simular a gravação de um CD ou concerto e conhecer um pouco da cultura musical da cidade, e a International Fountain que é linda. Tem um enorme relvado à volta onde podem parar para lanchar e desfrutar de um bocadinho de sol.
Mas o meu post sobre Seattle não pode terminar sem referir o The Hemp Fest. Conhecido mundialmente por ser o maior festival a favor da legalização da marijuana, acontece anualmente no Elliot Park durante dois dias, gratuitamente, e junta milhares de pessoas. Aqui encontramos visitantes de todo o lado, uns vão apenas pela curiosidade, outros vão atrás de ideias, e outros vão apenas relaxar um pouco. Eu fiz um bocadinho dos três e ainda tive a vantagem de conhecer um casal de americanos, que vive numa autocaravana, e que me chamou a atenção por estar a fazer percussão. Claro está meti conversa e ao fim de uma hora a falarmos, fui convencida a ir a Santa Cruz, perto de San Francisco. Tive ainda o prazer de ir ao lar deste casal super simpático e naturalmente partilhar um joint com eles em homenagem ao Hemp Fest que nos proporcionou este conhecimento.
Oi Carina, grande aventura, hem?
ResponderExcluirVou seguir de perto as tuas viagens e espero que te divirtas como nunca!!!
Ricardo (Flirt)
Olá Ricardo :)
ResponderExcluirPodes ter a certeza que me estou a divertir, viajar é simplesmente fantástico. Mantém-te por ai, uma beijoca grande