14/02/2011

What comes up next?

Tudo o que começa tem um fim e a esse fim segue-se um novo início. Gosto de pensar assim!
Poderia lamentar o facto de ter regressado à rotina, às preocupações do trabalho, à falta de tempo para as coisas que mais gosto, à falta de aventura, ao estar parado no mesmo sítio muito tempo. Mas ao invés disso prefiro sorrir. Prefiro curtir o momento, desfrutar do carinho da família, sentir o aconchego dos amigos, sentir a harmonia de voltar a estar em casa, sentir como é o regresso.
Acho que nunca me senti tão tranquila como me sinto agora.
Não me assusta saber que Portugal está em crise porque sei que as oportunidades de negócio estão aí e basta ser perserverante e dinâmico para dar volta. Não me assusta o frio porque depois dele vem o calor. Não me assusta a rotina porque como disse depois dela virá nova aventura. Então o que há a fazer? Viver o momento, sorrir à vida para que ela nos retribua com outro sorriso.
Antes quando me perguntavam "Como estás?" respondia "Vai-se andando". Agora respondo "Estou óptima" e perguntam-me "Estás tão feliz porquê?". Eu rio-me e digo "Tenho alguma razão para não estar óptima?" :)
Na vida tudo tem a ver com a intenção que damos às coisas acreditem.
Portanto o que vem afinal de seguida?
Na verdade não sei e gosto de não saber!
Sei que tenho de voltar a amealhar o combustível necessário a qualquer viagem, dinheiro, e que para isso tenho de trabalhar. Portanto estou a tratar dessa questão dando pequenos passos todos os dias. Até agora está a correr bem devo confessar. Lá está a intenção das coisas :P Por outro lado, poupo nos bens e serviços superficiais. Isto de viajar torna-nos bem mais comedidos nos gastos o que é excelente.
Sei também que enquanto cá estou quero mimar ao máximo aqueles de quem senti falta durante a viagem. Estou também a fazê-lo.
Sei que quero voltar a viajar e que o quero fazer este ano. Portanto mediante as economias que tiver decido o destino. Existem tantos possíveis e apetecíveis que na altura decidirei.
Sei, ainda, que quero continuar forte e motivada como estou. Então o que faço? Não dou importância às coisas pequenas, não gasto energia em coisas desnecessárias, dedico parte do meu dia a mim mesma e às coisas que gosto de fazer, leio, escrevo, inspiro-me noutros viajantes que continuam a caminhar de mochila às costas.

09/02/2011

Uma viagem de intercâmbios

Há muito estava para reescrever no blog, mas o tempo tem faltado nos últimos dias com tantos jantares de boas-vindas e conversas saudosas.
Foram seis meses a percorrer milhares de quilómetros no continente americano com o sangue a pulsar forte e a mente mais clara que nunca. Seis meses onde coleccionei experiências, aromas, sensações, fotografias, músicas, mas sobretudo intercâmbios.
Uma vez, na praia de Santa Monica num meeting de couchsurfing, um viajante como eu disse-me "o melhor de viajar é conhecer os viajantes" e não poderia estar mais de acordo agora que a primeira fase da viagem terminou. Durante este período, conheci pessoas maravilhosas, com histórias de vida que se podem tornar verdadeiras inspirações, pessoas que me fizeram enxergar o lado positivo da vida, que me fizeram reacreditar nos sonhos, e que incrivelmente senti conhecer desde sempre.
Provenientes de todos os continentes, mas maioritariamente da Europa – talvez pelo hábito antigo do ano sabático após a conclusão da universidade – os muitos viajantes que como eu renunciaram à rotina e decidiram colocar mochila às costas para explorar o mundo ficam de facto na memória. Cada um com o seu jeito especial de encarar a vida, cada um com a sua personalidade. São amigos que agora recordo com grande saudade, mas que certamente vou reencontrar numa das muitas trilhas a percorrer.
Antes de ter decidido viajar lembro-me que estava desiludida com a Humanidade. Triste com o comportamento individualista das pessoas. Pela minha profissão de assessora de imprensa tinha necessidade de estar constantemente actualizada por isso todos os dias consumia em grande escala imprensa nacional e internacional. Contudo, o sensacionalismo que marca a realidade da comunicação social actual acabou por me impor uma depressão mental e uma falta de confiança brutal nas pessoas.
Depois desta experiência que foi viajar, sem compromisso, sem horários, devo dizer que nunca me sentir tão emocionada com o comportamento das pessoas. Há realmente seres humanos maravilhosos espalhados por este planeta Terra e não importa a sua proveniência mas sim a sua harmonia com o mundo envolvente. Ao longo dos vários posts que fui postando falei de algumas dessas pessoas que marcaram a minha viagem e que ficam no coração.
Viajem, inspirem-se, confiem. O mundo é belo :)