28/08/2013

Dinamarca, o primeiro dos países nórdicos

A minha viagem à Dinamarca aconteceu durante 2012, aproveitando a deslocação ao Festival Womex direcionado para a indústria musical particularmente de world music. Restringi a minha estadia à cidade de Copenhaga uma vez que não teria tantos dias assim, e aproveitei esses dias para observar e perceber como funciona a sociedade dinamarquesa de si tão organizada e colectiva. Obviamente recorri ao couchsurfing para viver a experiência em pleno, mas contactei também as duas Marie e a Naja que conheci enquanto viajava na Bolívia e que curiosamente estavam na capital aquando da minha viagem. Houve até direito a festa de Halloween. Perfeito!
Bom, a Dinamarca ao bom jeito nórdico é um país de elevado bem estar social, onde o nível de desigualdade social será certamente dos menores em todo o mundo. Há um profundo respeito pelo próximo e uma noção de comunidade que nem na Suíça assisti. Para terem uma ideia se numa empresa onde trabalham 500 pessoas existe um parque de estacionamento, quem chega primeiro estaciona mais longe para deixar livres os lugares mais próximos da entrada, fomentando assim a produtividade da empresa. Estão a imaginar isto acontecer em Portugal certo?! Apesar de ter um nível de vida consideravelmente superior ao nosso, é um país que está longe dos abusos de preços cometidos mais a Norte, nomeadamente na Noruega ou Finlândia, e como tal recomendo vivamente a sua visita. Quem sabe não aprendemos todos alguns comportamentos salutares. Não se esqueçam que a moeda é diferente, têm de cambiar à chegada ao país. O mais complexo é de facto a língua que ao comum dos mortais será quase impossível de aprender. São letras que não temos no nosso alfabeto e que se pronunciam com sons praticamente iguais. Vou-vos contar um episódio que me aconteceu. Estava eu a caminho do Förum onde decorria o Womex e tinha de me deslocar ao centro para poder apanhar o metro com saída neste edifício. Pelo menos assim me disse o meu host de couchsurfing. Pois bem, cheguei ao centro e tinha duas estações possíveis: comboio e metro. Perguntei a uma pessoa onde comprava o bilhete para Förum e disseram-me "Ah para ir para aí não dá para usar metro. Tem de ser de comboio, compra o bilhete ali". Achei estranho mas assim o fiz. Entrei no comboio e meia hora depois ainda continuava a viagem quando me tinham dito que seria uma viagem bem rápida. Entretanto lá aparece a saída Förum. Saio e não havia nenhum edifício. Começo a tentar sondar as pessoas sobre a localização da feira à qual todos me diziam "Não sei de nada aqui". Bem, em desespero liguei ao meu host que depois de se rir um bocado disse "Tu estás noutra cidade. Färum". De verdade??? A minha pronuncia dos dois nomes deu origem a mais de uma hora e meia de viagem desnecessárias, para não falar que cheguei atrasada aos encontros que tinha agendado. Damn! Mas a viagem valeu a pena :) Floresta com uma paleta de cores outonal a mostrarem-me um lado mais natural da Dinamarca que obviamente não temos percepção estando no centro. Garanto-vos que esta foi apenas uma das muitas peripécias provocadas pelo meu sotaque.
Maioritariamente ocupada por bicicletas, e com uma excelente rede de transportes públicos, Copenhaga denota uma organização impar e uma preocupação ecológica visível até nos edifícios verdes que abundam pela capital. E é maravilhoso pedalar pela cidade, percorrendo esplanadas, ruas comerciais (com muitas marcas nacionais que exaltam o talento dos criadores dinamarqueses), e os muitos tea rooms e livrarias que aquecidos no interior convidam a uma pausa para relaxar. Sempre me disseram que os povos nórdicos são frios no trato e muito individualistas, mas sou forçada a discordar. Podem não ter o calor humano que nós portugueses temos, mas estão sempre disponíveis para ajudar e no geral são acolhedores. Confesso que o local que mais atraiu foi Christiania, também conhecida como Freetown. Trata-se de um bairro auto-proclamado autónomo e sustentável, com gestão própria e cerca de 850 habitantes. Inicialmente era uma base militar utilizada durante a II Guerra Mundial, mas após o término dos confrontos foi desmantelada e ficou ao abandono. Anos mais tarde, quiseram recuperar os 34 hectares do bairro e criaram assim uma comunidade artística, com famílias e muitas actividades direccionadas à comunidade. De notar que aqui o comércio de cannabis foi tolerado e portanto nos últimos anos tem havido alguma polémica em torno do bairro, fruto das tentativas governamentais de expulsar os habitantes. Tive a particular sorte de visitar por dentro a Christiania uma vez que a irmã de uma das dinamarquesas que conheci na Bolivia vive aqui. Isto porque os turistas e a sua habitual mania de tirar fotografias a tudo o que mexe não são muito benvindos aqui.
Ficaram com uma ideia da cidade? Bora marcar viagem então. Sugiro que o façam via Frankfurt que foi a tarifa mais barata que encontrei :) Até ao próximo texto!

O regresso aos textos!

Olá a todos, Pois bem, há mais de um ano que não escrevia no blog, posso dizer que 2012 e o primeiro semestre de 2013 foram duríssimos a nível de trabalho e nas poucas horas vagas o que menos me apetecia era sentar em frente ao computador. No entanto, durante a minha última viagem o bichinho voltou e por isso aqui estou, pronta a recomeçar os meus textos sobre viagens. E há tanto em atraso... Tenho que escrever sobre a Dinamarca, Marrocos e Albânia. E tentar recuperar todos os pormenores destas viagens. Vamos a isso? Conto convosco para me fazerem companhia? Obrigado. Beijinhos, Carina, a camomila que ainda continua ao vento

29/04/2011

Um projecto que nasceu a viajar

Quando viajamos a nossa mente fica mais disponível para reflectirmos e analisarmos possibilidades que no dia-a-dia pelo frenesim a que constantemente somos expostos acabam por ficar guardadas numa gaveta.
Pois bem, enquanto estava a viajar percebi que queria dar asas à criatividade e aproveitar as valências que tanto eu como o Simão tinhamos, mas igualmente as valências dos meus pais. A minha mãe há anos que costura, mas o talento sempre foi aplicado em coisas triviais como fazer baínhas ou apertar roupa. Já o meu pai sempre trabalhou com madeira, fazendo móveis à medida e outras aplicações. Reunindo os conhecimentos que eles tinham e os ensinamentos que eu e o Simão tivemos ao longo da nossa viagem - nomeadamente a técnica de macramé - decidimos criar o projecto Self Made.
Disponível em www.selfmadehandicraft.blogspot.com o nosso projecto baseia-se na criação de peças de roupa e acessórios originais, totalmente artesanais e que tenham subjacente o conceito de reciclagem e de protecção do meio ambiente. É um projecto que está a começar a dar os primeiros passos agora que regressamos de viagem, mas que acredito vá ser uma excelente ajuda financeira à minha próxima viagem para a Ásia.
Convido-vos a conhecer o nosso blog da Self Made e a quem tiver oportunidade de se deslocar a Famalicão a estar presente no próximo sábado, dia 07 de Maio, no Cactus para a 2ª Feirinha.
Obrigado pelo apoio :)

24/04/2011

As coisas começam a desenhar-se...

Há muito tempo que andava para vir aqui escrever a quem eventualmente ainda seja meu seguidor, mas por alguma razão não surgia tema e quando surgia não estava conectada a um computador com net e portanto a vontade acabava por desaparecer.
Finalmente hoje deu-me o click e portanto vamos aproveitar a maré :)
Nos últimos dias tenho tido uma súbita vontade de delinear os planos para a minha próxima viagem. Talvez seja a necessidade de ter metas porque afinal de contas sempre tive que ter algo pela qual me esforçar, talvez seja o facto de sentir falta de todo o frenesim de preparação de uma viagem ou simplesmente seja a necessidade de alimentar a minha motivação para essa próxima etapa.
Depois do continente americano, definitivamente a minha mente focou-se na Ásia. Tenho sentido de facto uma ligação ao oriente nunca antes vivida, sinto que haverá algo por lá que preciso conhecer e apesar de tranquila esse bichinho não me sai da cabeça.
Hoje as coisas começaram a desenhar-se um pouco mais...
Percebi que o meu trajecto será Tailândia - Laos - Vietname - Cambodja e caso tenha tempo posteriormente junto-lhe Malásia e Indonésia. Todos os países são próximos geograficamente, culturalmente semelhantes apesar da sua identidade própria, e, sobretudo, baratos de conhecer no meu esquema de transportes públicos locais + alimentação feita em casa + couchsurfing.
O meu vôo sairá de Madrid pela Thai Airlines com direcção a Banguecoque. Estive a ver algumas promoções e isto bem escolhido poderá andar pelos 300€ o que é um preço bem apetecível. A Tailândia, fiquem a saber, é o local mais barato para comprarem posteriores vôos de ligação para outros países.
Decidi igualmente que irei fazer um curso de massagem tailandesa em Banguecoque na Wat Po School, uma das mais reconhecidas escolas na área e que tem a duração de 200horas distribuídas por 5 semanas no horário 09h30 às 16h30. É intensivo, mas tem componente prática e teórica, além de que é bastante completo porque aborda temáticas tão díspares como aromaterapia ou aplicação da massagem thai a crianças com problema de autismo. Definitivamente já sonho com isto...
Devo, ainda, indicar que estou já a aguardar pelas dicas dos meus amigos franceses Marion e Geofrey que no último ano passaram por lá em viagem e em bom inglês "had the time of their lifes". Um beijo grande para eles.
Finalmente a data, estabeleci como data prevista de saída o mês de Abril para poder celebrar o Natal com a minha família bem como os aniversários da minha mãe e pai :)

Beijos e obrigado pelo apoio

14/02/2011

What comes up next?

Tudo o que começa tem um fim e a esse fim segue-se um novo início. Gosto de pensar assim!
Poderia lamentar o facto de ter regressado à rotina, às preocupações do trabalho, à falta de tempo para as coisas que mais gosto, à falta de aventura, ao estar parado no mesmo sítio muito tempo. Mas ao invés disso prefiro sorrir. Prefiro curtir o momento, desfrutar do carinho da família, sentir o aconchego dos amigos, sentir a harmonia de voltar a estar em casa, sentir como é o regresso.
Acho que nunca me senti tão tranquila como me sinto agora.
Não me assusta saber que Portugal está em crise porque sei que as oportunidades de negócio estão aí e basta ser perserverante e dinâmico para dar volta. Não me assusta o frio porque depois dele vem o calor. Não me assusta a rotina porque como disse depois dela virá nova aventura. Então o que há a fazer? Viver o momento, sorrir à vida para que ela nos retribua com outro sorriso.
Antes quando me perguntavam "Como estás?" respondia "Vai-se andando". Agora respondo "Estou óptima" e perguntam-me "Estás tão feliz porquê?". Eu rio-me e digo "Tenho alguma razão para não estar óptima?" :)
Na vida tudo tem a ver com a intenção que damos às coisas acreditem.
Portanto o que vem afinal de seguida?
Na verdade não sei e gosto de não saber!
Sei que tenho de voltar a amealhar o combustível necessário a qualquer viagem, dinheiro, e que para isso tenho de trabalhar. Portanto estou a tratar dessa questão dando pequenos passos todos os dias. Até agora está a correr bem devo confessar. Lá está a intenção das coisas :P Por outro lado, poupo nos bens e serviços superficiais. Isto de viajar torna-nos bem mais comedidos nos gastos o que é excelente.
Sei também que enquanto cá estou quero mimar ao máximo aqueles de quem senti falta durante a viagem. Estou também a fazê-lo.
Sei que quero voltar a viajar e que o quero fazer este ano. Portanto mediante as economias que tiver decido o destino. Existem tantos possíveis e apetecíveis que na altura decidirei.
Sei, ainda, que quero continuar forte e motivada como estou. Então o que faço? Não dou importância às coisas pequenas, não gasto energia em coisas desnecessárias, dedico parte do meu dia a mim mesma e às coisas que gosto de fazer, leio, escrevo, inspiro-me noutros viajantes que continuam a caminhar de mochila às costas.

09/02/2011

Uma viagem de intercâmbios

Há muito estava para reescrever no blog, mas o tempo tem faltado nos últimos dias com tantos jantares de boas-vindas e conversas saudosas.
Foram seis meses a percorrer milhares de quilómetros no continente americano com o sangue a pulsar forte e a mente mais clara que nunca. Seis meses onde coleccionei experiências, aromas, sensações, fotografias, músicas, mas sobretudo intercâmbios.
Uma vez, na praia de Santa Monica num meeting de couchsurfing, um viajante como eu disse-me "o melhor de viajar é conhecer os viajantes" e não poderia estar mais de acordo agora que a primeira fase da viagem terminou. Durante este período, conheci pessoas maravilhosas, com histórias de vida que se podem tornar verdadeiras inspirações, pessoas que me fizeram enxergar o lado positivo da vida, que me fizeram reacreditar nos sonhos, e que incrivelmente senti conhecer desde sempre.
Provenientes de todos os continentes, mas maioritariamente da Europa – talvez pelo hábito antigo do ano sabático após a conclusão da universidade – os muitos viajantes que como eu renunciaram à rotina e decidiram colocar mochila às costas para explorar o mundo ficam de facto na memória. Cada um com o seu jeito especial de encarar a vida, cada um com a sua personalidade. São amigos que agora recordo com grande saudade, mas que certamente vou reencontrar numa das muitas trilhas a percorrer.
Antes de ter decidido viajar lembro-me que estava desiludida com a Humanidade. Triste com o comportamento individualista das pessoas. Pela minha profissão de assessora de imprensa tinha necessidade de estar constantemente actualizada por isso todos os dias consumia em grande escala imprensa nacional e internacional. Contudo, o sensacionalismo que marca a realidade da comunicação social actual acabou por me impor uma depressão mental e uma falta de confiança brutal nas pessoas.
Depois desta experiência que foi viajar, sem compromisso, sem horários, devo dizer que nunca me sentir tão emocionada com o comportamento das pessoas. Há realmente seres humanos maravilhosos espalhados por este planeta Terra e não importa a sua proveniência mas sim a sua harmonia com o mundo envolvente. Ao longo dos vários posts que fui postando falei de algumas dessas pessoas que marcaram a minha viagem e que ficam no coração.
Viajem, inspirem-se, confiem. O mundo é belo :)

17/01/2011

Umas férias da viagem

Depois de três meses na "estrada", com uma mochila às costas, decidi fazer aquilo a que chamo "tirar umas férias da viagem" que é uma expressão para dizer que a mochila com que caminhamos por um dos maiores paises da América do Sul, o Brasil, e Bolívia, descansou finalmente por mais que cinco ou seis dias numa morada fixa.


Assim, estou hospedada na Quinta das Lagoas, em Guarajuba - a casa que o Francisco humildemente me emprestou :) um muito obrigada uma vez mais - e por aqui perto tenho passado os meus dias curtindo o sol, a piscina, a praia, a tranquilidade, o descanso.
Para não falar que o contacto com a vida animal não poderia estar a ser mais próximo. Há dois dias atrás estava a entrar no quarto e o que estava bem visível na parede? Uma aranha caranguejeira que mais parecia uma tarântula super venenosa pronta a picar-me eheh. Apanhei um susto descomunal e desde então ando meia desconfiada sempre que abro portas ou ando no escuro. Hoje vou a vez de tomar pequeno-almoço na companhia de uns amistosos macaquitos que têm um focinho adorável. Deixou-me de bom humor para o resto do dia. Só espero não ter agora um encontro de terceiro grau com uma serpente das muitas venenosas que por aqui existem.


Bom como anteriormente escrevi posts sobre o litoral norte da Bahia não vou voltar a debruçar-me sobre ele, falarei antes do quanto este tempo de descanso tem sido bom para reflectir sobre o que quero de seguida. 6 meses fora do nosso "habitat" deixam-nos espaço de manobra para questionarmos o que queremos da vida, o que nos faz feliz, quais os objectivos seguintes. A minha conclusão é que quero continuar a acordar de sorriso na cara, quero continuar a evoluir como ser humano, quero continuar a relacionar-me com as pessoas numa base de partilha, quero continuar a descobrir o que há por aí, para além das barreiras que são o que empiricamente já experienciamos. Então várias cenários surgem: encontrar um emprego em Portugal onde tenha um horário de expediente, uma rotina e pouca autonomia, mas por outro lado estabilidade financeira, possibilidade de amealhar dinheiro para uma próxima viagem, progressão na área profissional e tempo para voltar a estar com a família e amigos; há também a possibilidade de encontrar um emprego freelancer e ficar a trabalhar à distância o que me permitiria continuar a viajar no imediato; poderia também ir para outro país, preferencialmente Estados Unidos ou Brasil, e aproveitar a energia que aquiri viajando em projectos profissionais interessantes, seria viajar e trabalhar em simultâneo. Dificil né? Por isso bem que preciso deste tempo hehe :)
Bom enquanto penso e não penso desfruto desta qualidade de vida.
Amanhã sigo para Salvador e daí para Itaparica, uma das várias ilhas do litoral sul da Bahia celebrar um aniversário ao estilo brasileiro.

12/01/2011

Camomila ao Vento na Rua de Baixo

Como sabem a Camomila ao Vento tem uma rubrica no site Rua de Baixo onde relato um pouco mais da minha experiência em viagens. A quem estiver interessado em ler basta ir até www.ruadebaixo.com e procurar na secção culto pela Rubrica Camomila ao Vento.
Obrigada aos meis leitores :)

31/12/2010

Sorata, um refúgio a 3 horas de La Paz

Sorata é definido pelos viajantes como sendo o local ideal para relaxar depois de uma passagem pelo grande centro urbano que é a cidade de La Paz.
Localizado a cerca de 3 horas e meia de viagem, em mini-van, este pedaço de natureza é realmente um recanto pacífico, abraçado por montanhas e pelo Monte Illampu normalmente coberto de neve. O seu clima é temperado, propício aos mosquitos, contudo durante a nossa passagem fomos massacrados com chuva e mau tempo o que nos impediu de descobrir Sorata da forma que queriamos. Recordo que a época das chuvas já começou em força como tal não nos podemos queixar.


Seja como for, ficamos hospedados bem no centro da vila dispostos a fazer algumas caminhadas e a aproveitar estes dias para reconectar energias com a mãe natureza. Assim fintamos a chuva e num dia de manhã iniciamos uma pequena trilha por entre os vales de encontro ao rio. Devo dizer que a paisagem é fenomenal, aliás já tinha saudades deste contacto tão próximo e harmonioso com a natureza. Flores de todas as cores, a resplandescerem vida, galinhas, javalis e todo o tipo de animais ditos domesticados a correrem livres e selvagens, com todos os sons da natureza a cantarem nos nossos ouvidos foi uma dádiva que há muito ansiava. A parte má foram os mosquitos que em apenas alguns minutos me devoraram os braços como loucos.



Em Sorta há um outro highlight imperdível, trata-se da Gruta de San Pedro. Através de um treking de 12 km chega-se a esta caverna, habitada por seres das trevas - leia-se morcegos -, e com sorte talvez se possa banhar nestas águas gélidas que quase não vêm a luz do dia.
Infelizmente, devido ao tempo, não houve possibilidade de fazer muito mais como por exemplo escalar o Monte Illampu, contudo recomendo entusiasticamente esta paragem.

25/12/2010

Natal com cheirinho a Bolívia

A quadra natalícia é sempre sinónimo de reunião familiar e de alegria junto de quem mais gostamos. Contudo, estando a viajar esta data assume um espírito diferente porque as pessoas de quem mais sentimos falta estão longe e inacessíveis.
Assim, e a convite de uma carinhosa família boliviana, ficamos em La Paz para celebrar a noite de 24 de Dezembro e o dia de Natal, depois de uma semana de hospedagem em regime couchsurfing.

Durante o dia o skype e o facebook foram os nossos melhores amigos de forma a podermos compartilhar, ainda que à distância, os votos de uma boa festa e podermos apagar um pouquinho das já muitas saudades de casa e dos amigos.
A noite essa começou pelas 23h00, depois da missa tradicional, com perú recheado, muito vinho e um bom pão de ló português para nos aproximarmos das nossas raízes culturais. Houve troca de presentes, troca de palavras amigas, músicas de Natal e sobretudo carinho distribuído por todos.

Agradeço ao Jorge e à Velma por nos receberem em nossa casa como seus filhos, à Cláudia por toda a simpatia e amizade, mas sobretudo ao Sérgio Parrado de couchsurfing sem o qual nada disto teria sido possivel.
Espero um dia retribuir :)
Não posso contudo terminar o post sem mencionar a grandiosa prenda que o meu irmão me deu: "Into my arms", tema de Nick Cave and The Bad Seeds cantado via skype. A letra é linda e simbólica e sem duvida este foi o melhor presente que poderia ter recebido vindo da parte dele. Obrigada.

Um beijinho e feliz Natal a todos.