27/08/2009

O Pai Hoffman

Certamente já ouviram falar de LSD, embora a informação veiculada pelos media, para não variar, distorça consideravelmente a experiência que esta substância nos pode provocar. Assim, com o meu humilde conhecimento e especialmente para aqueles que desconhecem o que o LSD é aqui fica o meu registo.
Desdobrando a sigla, LSD significa ácido lisérgico dietilamida, uma substância alucinogénica descoberta ocasionalmente em 1953 pelo suíço Albert Hoffman (o do meio na fotografia) enquanto trabalhava no seu laboratório. De forma não intencional, Hoffman ingeriu a substância e segundo reza a história terá cedido aos sintomas alucinogénicos e terá ido andar de bicicleta – símbolo actualmente utilizado para representar os ácidos.
Pouco depois desta descoberta, o LSD foi utilizado como recurso psicoterapêutico, nomeadamente para o tratamento de alcoolismo e disfunções sexuais. No entanto, com o surgimento do movimento hippie na década de 70, rapidamente se difundiram as suas propriedades alucinogénicas e o seu consumo tornou-se vulgar em ambientes literários, manifestações culturais e espectáculos de música, tornando-se desconfortável para o poder político e movimentos tradicionalistas. Uma clara alusão ao LSD pode ser encontrada no tema “Lucy in the sky with diamonds” dos Beatles.
Sintetizado clandestinamente a partir da cravagem de um fungo do centeio (claviceps purpúrea), o LSD pode se apresentar sob diferentes formas, nomeadamente tiras de gelatina, micropontos, folhas de papel secante como selos ou autocolantes e gotas e o seu consumo é geralmente feito por via oral, através de absorção sub-lingual. A sua forma mais comum é o selo e impresso nele vêm os mais diversos desenhos que depois lhe dão o nome. O LSD provoca efeitos variáveis consoante a personalidade de quem o consome, o contexto em que é feito o consumo, as pessoas que o rodeiam, a qualidade do ácido e sobretudo o estado emocional do sujeito. A quem está a passar por uma fase de depressão ou de instabilidade emocional, o consumo de LSD é totalmente desaconselhado, sob risco de passar por uma experiência extremamente desagradável. Nos efeitos habitualmente sentidos, encontram-se as alucinações, visuais ou auditivas, uma grande sensibilidade sensorial – as cores tornam-se mais intensas, imagens estáticas ganham movimento, os sons amplificam-se consideravelmente, as texturas tornam-se diferentes –, sinestesias – cores que ganham cheiro, por exemplo –, experiências místicas, flashbacks, alteração da noção temporal e espacial, sentimento de bem-estar, experiências de êxtase, ansiedade e dificuldade de concentração. Mas atenção, porque o LSD pode também funcionar de forma menos positiva. Sensações de paranóia, confusão, pensamento desordenado, perda de controlo emocional, perturbações de memória são alguns dos efeitos que poderão sentir se não estiverem nas melhores condições para o consumo de LSD. Ah e não se preocupem se sentirem dilatação das pupilas, aumento da temperatura corporal e aumento do ritmo cardíaco, é normal porque cá dentro estamos a mil.
A duração dos efeitos é variável consoante a dose consumida, mas em média os efeitos demoram entre 8 a 12 horas a passarem e só após uma hora e pouco desde a sua absorção é que se começam a sentir os efeitos. Devo realçar que o LSD gera picos, tanto se sentem no auge, como de repente parece que está tudo a normalizar, mas quando menos esperarem ele volta a fazer das suas :D
Não são conhecidas consequências físicas do consumo de LSD.
Deixo de seguida um vídeo muito básico do que poderá ser a vossa experiência com esta potentíssima criação de Albert Hoffman. Ah, ele viveu 102 anos (morreu em 2008) e regularmente tinha experiências alucinogénicas, digo eu que isto significa alguma coisa.

Voem!

24/08/2009

Fim de semana

Bem, estive uma semana sem escrever, bem se nota que regressei ao trabalho e consequentemente o "tempo livre" reduziu drasticamente.
Este post é para vos falar do fim-de-semana, sim aquilo que de cinco em cinco dias úteis acontece e que muitos consideram dois dias de pasmaceira absoluta. Eu própria me incluia neste rol de pessoas até há bem pouco tempo, mais precisamente até há um ano atrás, altura em que deixei de ser estudante para me auto intitular trabalhadora. Agora, mais que nunca, o fim de semana é sagrado e aguardado.
48 horas preciosas que servem para distrair, sair, passar umas mini-férias algures e, sobretudo, ter tempo para mim e para quem me rodeia.
E este ano, que apenas tive uma mísera semana de férias quando estava habituada a ter quase três meses, acreditem que o valor do fim-de-semana se tornou ainda maior. E para fugir à confusão do mês de Agosto, às centenas de pessoas que correm carregadas de barracas e pára-ventos para a praia, ao trânsito absurdo, e aos preços loucos que são praticados nesta silly season, optei por ir este fim-de-semana que passou para Amares, para a chamada Aldeia d'Urjal, Freguesia de Seramil, e assim disfrutar na companhia de amigos de dois dias vividos sobretudo de noite, mas que souberam a mel.









À D. Arminda que nos aturou numa noite "difícil" muito obrigada.
Para quem quiser lá passar um fim-de-semana óptimo e super baratinho - 30€ quarto, deixo-vos os contactos:
Tel: 253 371 525
D. Arminda: 964 437 656

14/08/2009

Partilho convosco o vídeo de uma das minhas músicas preferidas - "Sunset" de Nitin Sawnhey.
Além de se tratar de uma música da autoria de um dos mais conceituados músicos do mundo, o videoclip é divinal e a música traz boas vibrações. Esteve ontem presente na 4ª edição do Surf Fest, em Sagres. Para aqueles que como eu não tiveram oportunidade de ver este concerto, fica aqui um dos temas do alinhamento.

A viagem

Já no primeiro post manifestei a minha intenção de viajar brevemente e é sobre isso que vos falo agora.
Mais do que uma simples viagem de férias, este é um projecto de longa duração que decidi abraçar há cerca de oito meses, altura em que me dediquei a 100% na operação poupança. Não sei ainda bem que contornos irá ter essa viagem, mas sei que tenho de ir, sei que a sede de conhecimento e a necessidade de mudança são demasiado fortes para ficar de braços cruzados.
Garanto-vos que desde que tomei esta decisão até hoje têm-me surgido inúmeras ajudas, especialmente de alojamento e deslocação e eu só posso encarar estas "coincidências" como o destino a aprovar a minha decisão e a dar-me força para continuar para lá da ansiedade. É certo também que os relatos de amigos que decidiram colocar em stand-by todas as amarras do dia-a-dia e se lançaram à aventura de novos caminhos tem ajudado. Deixo-vos o caso do Rafael Polónia e Tanya Ruivo que estão a correr a Europa de bicicleta e cuja viagem pode ser acompanhado através do blog 2numundosobrerodas.blogspot.com
e o caso do Hugo Lima que capturou com a sua máquina fotográfica alguma da essência de uma das maiores potências emergentes do mundo, a Índia. Espreitem o blog em hugo-lima.com/blog
Estes são apenas relatos de algumas pessoas que como eu sentiram que não podiam conhecer apenas uma realidade, tinham que partir ao encontro do desconhecido e receber de braços abertos o que o futuro possa ter reservado. Eu conheço muito pouco do mundo, só tenho 23 anos, mas tenho uma grande determinação e um sonho por concretizar. A todos os que me quiserem apoiar um muito obrigada. Ah e há sempre lugar para quem quiser vir também :)

13/08/2009

Hospitality Club

Como o meu bebé blog é um recém-nascido, vou alimentá-lo já com um novo post que diz respeito a uma das minhas mais recentes decisões - inscrever-me no Hospitality Club.
Certamente muitos de vocês já ouviram falar neste termo a par do Couchsurfing. Ora, o Hospitality Club é uma rede da internet composta por pessoas de todo o mundo que tendo sido criada inteiramente por voluntários tem como objectivo oferecer estadia gratuita, conselhos e ajuda a todos quanto andem a viajar.
A minha decisão de integrar esta rede surge já tardiamente eu diria, mas dado que ainda vivo com os papás não foi tarefa fácil convencê-los de que acolher outras pessoas e partilhar com elas a cultura de Portugal poderia ser algo de extremamente enriquecedor e para eles em particular que estão reformados poderia ser sinónimo de ocupação e quebra de monotonia. Ainda assim, mais vale tarde que nunca...
Mas porque não é apenas na internet que surgem estas trocas culturais, recentemente quando estive de viagem por Inglaterra conheci o Marlon, oriundo dos Estados Unidos, mais concretamente da cidade de Los Angeles, que é um economista de trinta e poucos anos. Trocamos contactos e eis que no final de Setembro ele estará de visita ao nosso país e à cidade do Porto. Aguardo-te por estas bandas, eu e a Laís que o conheceu comigo perto do Harrod's.
Ah e viva a multiculturalidade :D

E assim nasce o meu blog

Garanto-vos que resisti até finalmente "dar à luz" aquele que é o meu primeiro blog.
Tencionava criá-lo apenas quando se aproximasse a data da minha grande viagem, mas uma paragem forçada de uma semana devido à tão famosa gripe obrigou-me a ter tempo extra suficiente para a criação deste Camomila ao vento.
E porque este é o primeiro post explico o porquê do título.
Bem, sou capoeirista desde Janeiro e como totem tenho o nome Camomila - que segundo reza a história se deve ao facto de ser uma pessoa naturalmente calma. Juntei-lhe o "ao vento"não por ser distraída, mas por cada vez mais caminhar ao sabor da maré e voilá the baby has born.

The end...