27/11/2010

Finalmente…Bolívia!

No último post falei-vos da minha experiência em Bonito, um recanto celestial do território brasileiro de onde senti de perto a essência da natureza. Pois bem, daí apanhei novo autocarro para Corumbá, a cidade que faz fronteira com a Bolívia e onde supostamente apenas iria passar umas horas até apanhar o Trem da Morte, o comboio que faz ligação com Santa Cruz de la Sierra. A coisa não correu como previsto porque o comboio estava cheio e nós não compramos o bilhete com antecedência. Mas como a nossa senhora dos viajantes (como temos tido tanta sorte a viajar acreditamos que anda por aí algum espírito protector e demos-lhe esse nome – direitos de autor: Vanessa de Campo Grande, couchsurfer hehe) nunca dorme durante a viagem de autocarro conhecemos o Paulinho e a Aloló que são irmãos e moram muito perto de Corumbá.
Quando souberam que não tínhamos comboio e que teríamos de ficar por ali mesmo uma noite rapidamente nos convidaram para dormir em sua casa. Foi perfeito, conhecemos toda a família, tivemos direito a sopa de piranha, conhecemos um pouco da história dos barcos que navegam pelo Rio Paraguai e ainda tivemos o prazer de conhecer pessoas super humildes que nos trataram como família. Muito obrigada :)

No dia seguinte já não houve mais imprevistos, apanhamos o Trem da Morte que em 16horas nos iria levar até Santa Cruz de la Sierra, a primeira cidade boliviana do roteiro. Bem, aqui a realidade é realmente diferente da nossa. Começou logo na fronteira, dezenas de pessoas com mantas estendidas no chão à espera não sei de quê e toda a gente a tentar vender algo – pizzas, sumos, gelados, águas, pastéis, etc. A mudança foi boa.
Santa Cruz é uma cidade multicultural predominantemente indígena que tem a marca de ser a segunda maior cidade do país com 1,4 milhões de habitantes. Aqui não falta o que fazer. Sugiro que comecem por conhecer a Praça 24 de Setembro, pois daqui têm acesso à Catedral Metropolitana, famosa pelas suas abóbodas de madeira com pinturas, bem como a Casa da Cultura e o Palácio do Governo. Por detrás da Casa da Cultura está actualmente exposto o espólio que pertencia ao Museu Etnológico, mas o mesmo sofreu uma explosão e portanto parte das peças foram destruídas. Aqui poderão adquirir alguns conhecimentos acerca da cultura Tiwanaku que se desenvolveu no que é hoje a região ocidental do país e cujos conhecimentos avançados foram legados ao Império Inca.

Continuando mais um pouco está o Parque El Arenal. Este é um óptimo sitio para fazer um piquenique e descansar um pouco. Nas redondezas há vários produtos regionais deliciosos, como os pastéis de carne, galinha e queijo. Tudo por 1 boliviano que nem a 10 cêntimos de euro chega. Há também um museu interessante para conhecer na cidade, chama-se Museu de História Natural Noel Kempff e tem uma colecção de botânica e zoologia com vários fósseis de dinossauros encontrados na região, nomeadamente de um mastodonte. O bilhete é barato e vale a pena. Para que fiquem a saber Noel Kempff foi o maior historiador da Bolívia e como tal nesta região existem muitos locais com o seu nome, em jeito de homenagem.

Não se esqueçam que para fazer compras ou almoçar, o ideal será sempre irem a um dos muitos mercados espalhados pela cidade. Aqui podem almoçar bem por menos de um euro e ainda contactar de perto com a população. O meu preferido é o Trompillo.
Haveria muito a fazer em Santa Cruz mas decidimos caminhar para Samaipata que fica a 118 Km. Ficamos instalados numa WOOF – uma quinta orgânica eco sustentável onde é possível fazer voluntariado e aprender permacultura, chama-se El Jardim. O ambiente é espectacular, as pessoas são amorosas, conheci viajantes de todo o mundo, e sobretudo tive as primeiras aulas de artesanato que naturalmente são um ensinamento útil para quem viaja.

Em Samaipata começamos por visitar o Centro de Recuperação de Animais Selvagens chamado El Refugio. Foi uma tarde muito enriquecedora. Brincamos com vários macaquinhos que andam pelo centro, demos carinho aos lamas e javalis, fotografamos araras, papagaios, cães. Foi realmente “fazer amigos entre os animais”. No dia seguinte avançamos para o El Fuerte – conjunto de entalhes em rocha, de origem pré-incaica, com mais de 200m de comprimento e 60m de largura. Considerado Património Mundial da UNESCO, este local é mágico. Foi durante anos o centro de decisões geopolíticas e administrativas de diferentes povos, nomeadamente dos Incas e do Império Espanhol na América do Sul. A explicação é simples, este local, encontra-se a cerca de 3.000m de altitude e está ladeado por montanhas pelo que é quase impossível alguém detectar a presença de uma civilização ali. Consequentemente era um sítio seguro e tranquilo para se viver.


Após uns dia a relaxar na serenidade do El Jardim onde, como disse anteriormente, aprendi as primeiras técnicas de artesanato ,decidimos ir a um sítio chamado Las Cuevas para o fecho. Las Cuevas consiste em diversas quedas de água, com diferentes tamanhos, que vão formando lagoas pelo caminho criando assim um fabuloso destino para passar um dia de sol.

Com Samaipata na lista dos locais preferidos onde estive, a próxima paragem faz-se em Sucre, capital administrativa da Bolívia. Beijinhos!
E obrigada pela força a quem tem deixado comentários tão deliciosos :)

17/11/2010

Bonito, porque se chamará assim?

Bonito é uma cidade que pertence ao estado de Mato Grosso do Sul e que se encontra a meio caminho entre Campo Grande e o Pantanal Mato-Grossense. Com cerca de 15 mil habitantes, este paraíso na terra não poderia ter um nome mais acertado. Aqui, as águas cristalinas confundem-se com o verde flamejante dos campos, numa fauna e flora verdadeiramente exuberantes que deixam de boca aberta viajantes de todo o mundo. Abundam cachoeiras, aquários naturais, balneários recheados de peixes, lagoas, grutas e trilhas verdadeiramente estonteantes.

Todos os passeios têm de ser reservados numa agência com antecedência e o transporte ate ao local não está incluído, mas acreditem em mim vale a pena. O difícil é escolher o que fazer, porque tudo é demasiado belo mas excessivamente caro. Optamos por ir ao cartão-de-visita de Bonito, a Gruta do Lago Azul, bem como fazer uma flutuação no Rio Formoso e desfrutar das águas quentes e cristalinas do Parque Ecológico.

Começo por falar da flutuação. Como o nome indica, o passeio é feito com base na flutuação, assim vestimos um fato de neoprene e umas sandálias flutuantes e ao mergulhar na água imediatamente vimos à tona. Aí colocamos os óculos de mergulho, um pequeno tubo para obter oxigénio do exterior e é só deixar a corrente nos levar, proporcionando-nos um verdadeiro espectáculo visual durante uma hora e meia. É fascinante nadar com os peixes e ver todo o fundo do rio, admirar a biodiversidade desta região e sentir o quanto somos pequenos perante a imponência e beleza da natureza. Durante o passeio, parece que fazemos parte daquele habitat, aliás mais do que nunca percebi a definição de “peixe na água” hehe.

Após este passeio que me resfriou o corpo nada melhor do que umas boas braçadas na lagoa do Parque Ecológico do Rio Formoso. Aqui a água é quente, as águas são paradas e bem no centro da lagoa há uma pequena ilha habitada pelos quero-quero, uns pássaros bem engraçados que por esta altura nidificam e portanto ficam extremamente resmungões se alguém se aproxima das crias. Posso dizer-vos que apesar do tamanho, estes passarocos impuseram respeito porque ninguém subiu à ilha.

A visita à Gruta do Lago Azul por sua vez é inesquecível. As formações calcárias que por aqui abundam e que dão a tonalidade azul ao lago, foram criadas há 500 milhões de anos atrás e são um fenómeno da natureza imperdível. A gruta é bem escura por isso o ideal é ir de manhã, como fizemos, para beneficiar dos primeiros raios de luz da manhã. Quase não tenho palavras para descrever a beleza deste lugar. Mas posso dizer-vos que há um pormenor que me deixou intrigada. Há uma formação rochosa que é reflectida na água e que apresenta precisamente as letras LA, isto é, nada mais do que as iniciais de Lago Azul. Como é que isto possível? A resposta da guia foi “mão de Deus”. Bem não sei se foi ou não, mas é aterrador. Não admira que seja o cartão de visita deste local.

Bem a verdade é que Bonito é realmente lindo e merece ser visitado com tempo.

13/11/2010

Campo Grande, a um passo do Pantanal Mato-Grossense

Após nova aventura em autocarros brasileiros - desta vez a viagem custou 170 reais e demorou 22 horas - lá fomos de Ouro Preto em Minas Gerais para Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul. Embora esta cidade tenha cerca de 800 mil habitantes, a verdade é que não se sente aqui o frenesim característico de uma capital de estado como acontece em São Paulo ou Rio de Janeiro, o que é bom. Como mochileira que sou detesto andar enfiada no meio do caos urbano, prefiro cidades mais pacatas onde seja possível apreciar o quotidiano dos locais e onde não tenha constantemente que olhar por onde ando com medo de ser roubada.

E assim, chegados a Campo Grande ficamos novamente em couchsurfing, agora em casa da Vanessa e da sua mãe Ana que calorosamente nos hospedaram em sua casa, na companhia das gatas Buh e Bia e da cadela Kate. Não podiamos ter tido melhor recepção, por isso fica aqui a palavra de agradecimento a ambas. Não há duvida que o couchsurfing é uma ferramenta fundamental para quem quer viajar, através dele conhecemos pessoas maravilhosas e sobretudo trocamos experiências que são inspiradoras.

Campo Grande não é uma cidade muito turistica, contudo como é ponto de passagem para o Pantanal Mato-Grossense, acaba por ser uma primeira amostra do que iremos encontrar nesta região do país. Portanto ficam algumas sugestões do que visitar aqui.
A referência geográfica é a Avenida Afonso Pena que dá acesso ao Mercadão e ao Camelódromo, dois espaços comerciais recheados de produtos regionais a bons preços. Sugestões: provar o pastel de jacaré e beber o Tereré, que é uma espécie de infusão gelada com erva mate (em São Paulo usam a mesma erva mas quente e chamam-lhe chimarrão). Daqui vale a pena visitar a Casa do Artesão com muito artesanato alusivo à fauna e flora do pantanal, bem como a Morada dos Baís onde abundam panfletos com mapas da cidade e brochuras sobre o Pantanal. São turísticos, mas tem muita informação sobre a cultura indígena local.

Depois de passar uma manhã nesta área, aconselho um almoço volante numa das muitas praças que aqui existem, a Praça Ary Coelho é talvez a mais central. Infelizmente o chafariz que la existe não está em funcionamento o que é mau porque com o calor que se faz sentir em Campo Grande, uma refrescadela na água sabia que nem ginjas. Bom, daí descer para o Memorial da Cultura Apolónio de Carvalho.

Aqui há sempre exposições de artes plásticas patentes que são interessantes, para além de que no primeiro andar há um acervo arqueológico permanente que é paragem obrigatório. Ficarão a conhecer um pouco mais da cultura indigena local, dos artefactos arqueológicos que foram encontrados nesta região, é muito interessante mesmo. Há também quem sugira uma visita à Antiga Estação Ferroviária e ao mais antigo hotel da cidade, o Hotel Gaspar, mas na minha opinião não vale a pena a caminhada. Como ambos os edificios estão a ser alvo de uma reestruturação acaba por não haver muito que ver.
A pérola de Campo Grande fica no final da Avenida Afonso Pena perto do único shopping da cidade. Chama-se Parque das Nações Unidas Indigenas e é um parque muito grande que nem num dia inteiro consegue ser visitado. Logo no início há um grande lago ladeado por uma estátua de um indio cavaleiro, a concha acústica onde ocorrem concertos e o Museu de Arte Contemporânea que actualmente exibe a exposição cinematográfica "Rebobine por favor", bem como a exposição de Pintura de comemoração dos 150 anos do banco Caixa - é uma coleção de artistas brasileiras que em pinceladas conta alguns episódios da história do Brasil.

Mais adiante fica o monumento do Indio e o Museu das Culturas Dom Bosco. Bem, este sítio é quase religioso. Tentem encontrar uma pessoa chamada Juliano, se tiverem a sorte de o ter como guia na viagem ao museu estarão em dia de sorte. Ele é uma enciclopédia aberta, sabe tanto que dá vontade de ter um gravador por perto para não perder pitada do que ele diz. O museu fala essencialmente da cultura indígena com um grandioso espólio de peças recolhidas em toda a região de Mato Grosso do Sul e em outras estados brasileiros, nomeadamente na Amazónia. Acabamos por perceber com esta visita que na verdade continua a haver muito por explorar acerca dos indigenas e que os mesmos têm tido um processo evolutivo bem grande. Para terem noção, no passado nenhuma tribo poderia ser liderada por uma mulher e o processo era hierárquico, agora é votação democrática e já há mulheres no poder. Espectacular :)

Infelizmente ficou por visitar um local, o Centro de Recuperação de Animais Silvestres que fica dentro do parque numa reserva natural. Aqui há de tudo, macacos, anacondas, onças pintadas, capivaras, tucanos, jacarés...Mas devido à fuga de uma onça e pelo facto de dois macacos estarem infectados com um vírus, não obtivemos autorização para visitar :(
A passagem por Campo Grande foi muito enriquecedora e abriu portas para o próximo cenário que vamos encontrar: Bonito. Pertence à Serra do Bodoquena e é um oásis natural à espera de ser explorado. Desvendarei este local no próximo post.
Até lá peguem nestas dicas e investiguem um pouco mais sobre este estado que faz fronteira com a Bolívia e Paraguai.

07/11/2010

Uma viagem ao universo barroco de Ouro Preto

Depois do meu último post sobre a Chapada da Diamantina decidimos ficar uns dias em casa para descansar das trilhas pelos morros e de tantos quilómetros enfiados dentro de um carro no caminho de regresso até ao litoral Norte da Bahia.
Esses dias foram sobretudo utilizados para redefinir o percurso e compilar informação de que iriamos precisar durante a viagem. Naturalmente aproveitamos para comer bem pois já tínhamos perdido algum peso e além do mais eu estava a ter alguns problemas de estômago por causa da água. Pelo meio conhecemos melhor o João que é nosso vizinho lá em Guarajuba e que foi uma companhia bem agradável durante aqueles dias mais relaxados que decidimos ter. Ah e durante os nossos jantares e conversas de final de dia, fomos regando o momento com uma excelente banda sonora muitas vezes acompanhada de imagem. Diria eu a cereja em cima do bolo depois de tantos dias sem música – o nosso carro não tinha rádio! Ainda improvisamos com telemóvel mas em alguma hora a bateria esgota.
Bem, seja como for decidimos seguir para o estado de Minas Gerais, cidade de Ouro Preto. Apanhamos o autocarro, pagamos 194 reais (um absurdo!) e fomos no banco de trás ao lado da casa de banho e por cima do motor a fazer calor durante cerca de 24 horas. São mais de 2.000 km de distância. Diga-se de passagem a grande dificuldade de viajar em países com a dimensão geográfica do Brasil é que demoramos horas a chegar de um sítio ao outro e as estradas não são as melhores para viagens tão longas.
De Belo Horizonte onde o autocarro pára, fizemos uma transferência para um outro autocarro na qual pagamos mais 24 reais e pronto Ouro Preto era a duas horas de distância. Pelo caminho fomos falando sobre onde ficar porque íamos ficar em couchsurfing mas não tínhamos obtido o contacto nem a morada do couchsurfer que nos ia hospedar. Então já dentro do autocarro perguntamos ao rapaz que vinha do nosso lado se ele conhecia alguma pousada onde ficar a dormir que não fosse cara. Ele referiu uma, mas rematou dizendo que podíamos ficar lá em casa dele tranquilamente, que vivia numa república de estudantes e que era prática comum hospedarem viajantes porque desta forma acumulam pontos necessários para entrarem num programa universitário tipo Erasmus, mas de carácter internacional. Nós aceitamos e fomos acolhidos na Republica Penitenciária onde vivem 14 estudantes, maioritariamente de Minas e do estado de São Paulo. Todos muito engraçados, bem dispostos, prestativos e muito hospitaleiros. Emprestaram-nos um quarto para dormir, cederam-nos internet, disponibilizaram cozinha e mais do que isso proporcionaram um ambiente descontraído que nos fez lembrar o estado de espírito comum nas casas de amigos onde vive mais do que uma pessoa. É confortável. Até póker rolou!

O Baianobama, todos têm alcunhas cá na republica, é baiano e é muito cómico sem fazer o mínimo de esforço. Ofereceu-se para nos mostrar a cidade. Muito parecida com as vilas minhotas de Portugal, Ouro Preto tem diversas igrejas com a fachada toda trabalhada no estilo barroco e com diversas imagens religiosas decoradas a ouro, muitas ruas estreitas em paralelo, e repleta de ladeiras acentuadas nada aconselhadas para se travar em dia de chuva.

Existem várias referências aqui como o Museu da Inconfidência e a Igreja de São Francisco de Assis, mas Ouro Preto concentra-se na Rua Direita que sobe em direcção à Praça Tiradentes – uma figura importante na história mineira do Brasil. Aqui os restaurantes e bares vivem lotados e há sempre música bem seleccionada a sair das colunas. Um pouco depois da Praça Tiradentes fica também o Observatório onde todos os sábados, com bom tempo, se pode ver os astros através de um telescópio a um preço de 4 reais. Vale a pena. O campus universitário de Ouro Preto é também um local a visitar pois aqui existe um miradouro importante por estar num dos pontos mais altos da cidade, proporcionando assim uma vista desafogada dos morros carregados de casas e igrejas.

De Ouro Preto a Mariana são 12 Km e por isso logicamente demos lá o salto. Muito parecida com Ouro Preto, mas de menor dimensão, esta vila já foi no passado capital de Minas Gerais e é actualmente uma cidade que alberga muitos estudantes de História e Letras, mas que tem também vida nocturna quanto baste. Durante o dia o aconselho a que vão para a Praça da Sé, uma igreja que tem um dos mais antigos órgãos de tubos que há no Brasil e que ainda está em funcionamento. Daí seguir pela rota do pedestre, todas as placas indicam os pontos turísticos mais importantes e pelo meio é so sentir a tranquilidade deste lugar.

Vale a pena subir a um ponto alto para mais uma vez ver de cima a vila e todas as suas casas abraçadas pelo verde dos morros. À noite paragem obrigatório no Sagarana para o sambinha. Caipirinha na mão, passo acelerado, é mexer a bundinha ao som de alguns clássicos de samba é uma experiencia fundamental para quem visita esta vila.
Aqui aconteceu a primeira experiencia de couchsurfing no Brasil. 5 estrelas, o Sérgio é um músico da banda que actuou no Sagarana e é um gajo espectacular. Com um bom sentido de humor, e uma forma de estar super descontraída e inteligente, ele proporcionou-nos uma boa noite com muita risada pelo meio. Para regressar de Mariana a Ouro Preto, e isto é a cereja em cima do bolo, entrem no Trem da Vale por 22 reais e passeiem por entre Morros e algumas curvas sinistras sempre com uma vista aterradora por baixo de vocês.
Na noite a seguir e depois de curar uns copos a mais do sambinha, seguiu-se a comemoração da chegada do fim de semana com uma festa na Republica Jardim de Alá. Com talvez umas 150 pessoas lá dentro, a casa estava lotada e nem a chuva que estava a cair lá fora se fez cara feia. Copo na mão, lá vai uma festa de anos 60 e mais uma ressaca no dia seguinte. Não é fácil passear com estudantes. Boas conversas tivemos nesta noite, e é por este calor humano e mentalidade open-mind que Ouro Preto nos está a cativar tanto.

Não bastasse isso, Ouro Preto ainda tem lagoas e cascatas de água em trilhas que se podem fazer a pé facilmente na companhia de algum local. Por isso não há duvidas Ouro Preto vai fazer saudade.