16/12/2010

De encontro à cultura Tiwanaku em La Paz

A cidade de La Paz é uma das mais turísticas de toda a Bolívia, contudo nela se escondem algumas das mais importantes histórias do país, bem como algumas das mais imponentes paisagens desta viagem.

Capital administrativa boliviana, La Paz é uma cidade muito grande que merece ser visitada devagar para que nenhum pormenor escape. Para tornar a experiência ainda mais interessante enviei alguns pedidos de couchsurfing e felizmente obtive uma resposta positiva de um casal que vive na parte sul da cidade. Assim, e na companhia de um casal de couchsurfers franceses também aqui hospedado iniciamos a nossa longa travessia por La Paz.


No centro da cidade há muito que visitar, mas o mais fácil é começar pela Paseo del Prado, também conhecido com Avenida 16 de Julio. A partir daqui temos acesso a todos os pontos de referência, nomeadamente a Catedral de San Francisco e o Museu de Oro, que comprovam a abundância de minerais ricos neste país. Toda trabalhada em pedra e abundantemente recheada de ouro, esta catedral está localizada bem no final da Rua Sagarnaga onde estão todas as lojas de artesanato e agências de turismo para comprarem o vosso tour para o Caminho da Morte. Na verdade, deixei esta aventura para depois de Copacabana porque vou regressar aqui para o final de ano.
Numa das perpendiculares da Rua Sagarnaga fica o famoso Mercado das Bruxas (Witches Market) onde se podem comprar as mais estranhas coisas como esqueletos de lamas que servem para se enterrar nos quintais como forma de obter sorte nos cultivos, estimulantes naturais de libido, pós e unguentos para atrair sorte, amor, dinheiro e outros. Até San Pedro, os cactus carregados de mescalina, podem ser aqui adquiridos a baixo preço replicando assim as experiências que os incas habitualmente tinham na natureza.

É igualmente fascinante visitarem o Parque Mirador Laikakota e o Mirador Killi Killi de onde têm uma visão estonteante da cidade. La Paz para quem não sabe fica localizado bem no centro das montanhas e é impressionante perceber a sua geometria, ladeada por uma natureza densa e rochosa.
A 72 km da cidade de La Paz ficam as Ruínas de Tiwanaku, um complexo arqueológico em recuperação que inclui templos subterrâneos, monólitos, museus com artefactos recolhidos nesta região, pirâmides e ainda Puma Punku, uma estrutura constituída por pedra líticas onde se encontram grampas metálicas de cobre e cuja explicação para os seus perfeitos cortes é muitas vezes remetida para ajuda alienígena. De realçar que as pedras usadas para muitas das estruturas visíveis em Puma Punku são originárias de uma região que dista mais de 200 km pelo que também o seu transporte é questionado ainda hoje. No mesmo complexo fica ainda a famosa Puerta del Sol, com cerca de 10 toneladas, conhecida a nível mundial como um dos exemplos da perfeição que a cultura Tiwanaku alcançou. No passado a mesma encontrava-se revestida de barras de ouro.




A caminho de Tiwanaku fica a vila El Alto. Trata-se de um pequeno povoado, marcadamente indígena, onde normalmente se pode assistir a rituais satânicos. Há também uma feira, todos os domingos, que vale a pena visitar, se possível no retorno da visita às ruínas.
Não posso deixar de falar do Valle de la Luna. Situada em La Paz, a uns 30 minutos de viagem desde o centro, este local consiste num conjunto de formações rochosas que por força da erosão da água e do vento se assemelha à superfície da lua. Nestas rochas podem observar as mais diversas figuras como uma tartaruga, uma dama com um sombrero e até mesmo a figura do diabo.


Como referi em cima não fiz ainda o Caminho da Morte, a estrada que une La Paz a Coroico e que é catalogada como uma das mais perigosas do mundo, contudo e a convite de um grego que conheci na viagem decidi ir até Coroico para uma experiência com San Pedro. Coroico é simplesmente um paraíso à espera de ser visitado. Com uma vegetação e clima tropical, este pedaço de céu reúne uma grande variedade de aves e mamíferos selvagens, bem como uma flora de cortar a respiração. Montanhas carregadas de coca, com cores e formas variadas, e poços naturais de água que brotam do seu ventre fazem-nos pensar no quanto é importante mantermos o equilibro com a natureza.



Aqui consegui esse equilíbrio e sinto-me feliz.

2 comentários:

  1. Estou convosco todos os dias em pensamento, pena não poder estar mesmo ai convosco...

    Obrigado pelas lindas fotos e textos, dá para sentir um bocadinho dessa experiência enorme que tu e o Simão estão a viver :)

    Continuação de boa viagem e boa sorte!!! Cá vos espero em Janeiro para matar saudades e para ouvir as vossas histórias...e espero poder inr convosco da próxima vez :D

    um beijo

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  2. :)
    Oh mocinho lembramo-nos de ti ene vezes e acreditava que era o fim do mundo em cuecas se tambem aqui estivesses.
    A experiencia esta a ser brutal, volto em Janeiro mas quero mais logo de seguida e nos próximos anos hehe.
    Obrigada pelo comment, estás ca dentro sabes bem que sim :)

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